Terapias e Tratamentos

Transtorno Borderline

Também conhecido como transtorno de personalidade limítrofe, o transtorno borderline surge como categoria diagnóstica utilizada de modo mais amplo na clínica psiquiátrica e psicanalítica no princípio da década de 50.

A noção de borderline constitui-se inicialmente como uma entidade vaga e imprecisa, que compreende sintomas que se estendem desde o espectro “neurótico”, passando pelos “distúrbios de personalidade”, até o espectro “psicótico”. Desde então, o quadro tem sido frequentemente diagnosticado em adolescentes e adultos jovens com comportamento impulsivo e/ou autodestrutivo, uso de drogas e com problemas sérios de identidade, notando-se um predomínio no gênero feminino (por volta de 75% dos casos).

O conceito atual de borderline foi aquele formulado inicialmente para a classificação norte-americana das doenças mentais de 1980, o DMS-III2. Neste sistema diagnóstico, a síndrome borderline deixa de ser uma acepção relativamente vaga de estados intermediários neurose-psicose, para ser um distúrbio específico de personalidade, no qual comportamentos impulsivos, autolesivos, sentimentos de vazio interno e defesas egóicas muito primitivas seriam predominantes.

Algumas características presentes no transtorno de borderline na Área de afetividade:

Sentimentos crônicos de vazio.

Instabilidade afetiva devido a marcante reatividade do humor (p. ex. intensos episódios de disforia, irritabilidade ou ansiedade, que geralmente duram horas).

Raiva intensa e inapropriada, ou dificuldade em controlar a raiva (p. ex. frequentes episódios de raiva descontrolada, brigas físicas recorrentes).

Algumas características presentes no transtorno de borderline na Área do comportamento e interação social:
Um padrão de relações interpessoais intensas e instáveis, que se caracterizam por extremos de idealização e desvalorização.
Esforços intensos para evitar o abandono real ou imaginário.
Comportamento suicida recorrente, gestos, ameaças, ou comportamentos de automutilação.
Impulsividade em pelo menos duas áreas que são potencialmente autolesivas (p. ex. gasto de dinheiro, sexo, abuso de drogas, dirigir sem cuidado, bulimia etc.).
Sintomas e vivências internas:
Distúrbios da identidade: auto-imagem e/ou senso de si mesmo instável de forma intensa e persistente.
Ideação paranóide transitória e relacionada a stress ou sintomas dissociativos graves.
Tratamentos:
O TPB sempre foi visto como um transtorno difícil de se tratar. No entanto, como uma melhor compreensão da doença e com um tratamento e adequado, muitas pessoas apresentam melhora (diminuição da frequência e gravidade dos sintomas). Mesmo assim, não há milagres e, às vezes, muito tempo decorre entre o início do tratamento e a melhora clínica. Por isso é importante que as pessoas “borderline” e seus familiares tenham informação e noção da dificuldade de se tratar esse distúrbio. É importante ter em mente que pessoas com BPD podem se recuperar e viver muito melhor!

A psicoterapia é o principal tratamento para o TPB; ela pode aliviar alguns sintomas e o cliente irá aprender a entender melhor suas emoções e a interagir melhor com outras pessoas. É importante confiar e ter afinidade com seu terapeuta, entretanto pela própria natureza do distúrbio, pode ser difícil para as pessoas com este transtorno desenvolver e manter um vínculo confortável e confiante com seu terapeuta.
Os medicamentos não devem ser utilizados como tratamento principal, mas podem ajudar a tratar sintomas específicos, como mudanças de humor, depressão ou outros distúrbios que podem ocorrer com o transtorno. O medicamento pode ser particularmente importante para lidar risco de suicídio e a automutilação.

Fonte: https://www.scielo.br/pdf/rlpf/v2n2/1415-4714-rlpf-2-2-0052.pdf

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