Terapias e Tratamentos

Transtorno do espectro autista (TEA)

Uma em cada 160 crianças tem transtorno do espectro autista (TEA).
Os transtornos do espectro autista começam na infância e tendem a persistir na adolescência e na idade adulta.
Embora algumas pessoas com transtorno do espectro autista possam viver de forma independente, outras têm graves incapacidades e necessitam de cuidados e apoio ao longo da vida.
As intervenções psicossociais baseadas em evidências, como o tratamento comportamental e os programas de treinamento de habilidades para os pais, podem reduzir as dificuldades de comunicação e comportamento social, com impacto positivo no bem-estar e qualidade de vida das pessoas com TEA e seus cuidadores.
As intervenções para as pessoas com transtorno do espectro autista precisam ser acompanhadas por ações mais amplas, tornando ambientes físicos, sociais e atitudinais mais acessíveis, inclusivos e de apoio.
Em todo o mundo, as pessoas com transtorno do espectro autista são frequentemente sujeitas à estigmatização, discriminação e violações de direitos humanos. Globalmente, o acesso aos serviços e apoio para essas pessoas é inadequado.
O transtorno do espectro autista (TEA) se refere a uma série de condições caracterizadas por algum grau de comprometimento no comportamento social, na comunicação e na linguagem, e por uma gama estreita de interesses e atividades que são únicas para o indivíduo e realizadas de forma repetitiva.
O TEA começa na infância e tende a persistir na adolescência e na idade adulta. Na maioria dos casos, as condições são aparentes durante os primeiros cinco anos de vida.
Indivíduos com transtorno do espectro autista frequentemente apresentam outras condições concomitantes, incluindo epilepsia, depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). O nível de funcionamento intelectual em indivíduos com TEA é extremamente variável, estendendo-se de comprometimento profundo até níveis superiores.
Epidemiologia
Estima-se que, em todo o mundo, uma em cada 160 crianças tem transtorno do espectro autista. Essa estimativa representa um valor médio e a prevalência relatada varia substancialmente entre os estudos. Algumas pesquisas bem controladas têm, no entanto, relatado números que são significativamente mais elevados. A prevalência de TEA em muitos países de baixa e média renda é até agora desconhecida.
Com base em estudos epidemiológicos realizados nos últimos 50 anos, a prevalência de TEA parece estar aumentando globalmente. Há muitas explicações possíveis para esse aumento aparente, incluindo aumento da conscientização sobre o tema, a expansão dos critérios diagnósticos, melhores ferramentas de diagnóstico e o aprimoramento das informações reportadas.
Causas
Evidências científicas disponíveis sugerem que provavelmente há muitos fatores que tornam uma criança mais propensa a ter um TEA, incluindo os ambientais e genéticos.
Os dados epidemiológicos disponíveis são conclusivos de que não há evidência de uma associação causal entre a vacina contra sarampo, caxumba e rubéola e o transtorno do espectro autista. Estudos anteriores que sugerem uma ligação causal estavam marcados por erros metodológicos.
Também não há evidências de que qualquer outra vacina infantil possa aumentar o risco do transtorno do espectro autista. Ao contrário: as revisões sobre a relação entre o conservante timerosal ou os adjuvantes de alumínio contidos em vacinas inativadas e a possibilidade de desenvolvimento do transtorno concluíram firmemente que não há risco algum.
Avaliação e conduta clínica
A intervenção durante a primeira infância é importante para promover o desenvolvimento ideal e o bem-estar das pessoas com transtorno do espectro autista. Recomenda-se o monitoramento do desenvolvimento infantil como parte dos cuidados de saúde materno-infantil de rotina.
É importante que, uma vez identificadas, as crianças com TEA e suas famílias recebam informações relevantes, serviços, referências e apoio prático de acordo com suas necessidades individuais. A cura para o transtorno não foi desenvolvida. No entanto, intervenções psicossociais baseadas em evidências, como o tratamento comportamental e programas de treinamento de habilidades para pais e outros cuidadores, podem reduzir as dificuldades de comunicação e comportamento social, com impacto positivo no bem-estar e qualidade de vida da pessoa.
As necessidades de cuidados de saúde das pessoas com TEA são complexas e requerem uma gama de serviços integrados, incluindo promoção da saúde, cuidados, serviços de reabilitação e colaboração com outros setores, tais como os da educação, emprego e social.
As intervenções para as pessoas com TEA e outros problemas de desenvolvimento precisam ser acompanhadas por ações mais amplas, tornando seus ambientes físicos, sociais e atitudinais mais acessíveis, inclusivos e de apoio.
Impactos sociais e econômicos
O transtorno do espectro autista pode limitar significativamente a capacidade de um indivíduo para realizar atividades diárias e participar da sociedade. Muitas vezes influencia negativamente as conquistas educacionais e sociais da pessoa, bem como oportunidades de emprego.
Enquanto alguns indivíduos com TEA são capazes de viver de forma independente, outros têm graves incapacidades e exigem cuidados e apoio ao longo da vida.
Os TEA muitas vezes impõem uma carga emocional e econômica significativa sobre as pessoas e suas famílias. Cuidar de crianças em condições mais graves pode ser exigente, especialmente onde o acesso aos serviços e apoio são inadequados. Portanto, o empoderamento dos cuidadores é cada vez mais reconhecido como um componente fundamental das intervenções de cuidados para crianças nessas condições.
Fonte: OPAS/OMS
https://www.paho.org/bra/index.php?Itemid=1098

Dificuldade Alimentares no Autista

A seletividade alimentar é o problema de alimentação mais comum em crianças com Transtorno do espectro de autismo (TEA) e a restrição alimentar pode ter associação com um histórico médico e ou atraso na motricidade oral.

Para entender esses problemas, é preciso compreender a rigidez no pensamento e os distúrbios sensoriais, que são características do autismo. Isso quer dizer que a seletividade alimentar não é uma “frescura”. Muitas crianças que estão dentro do espectro apresentarão um paladar restrito, que pode se modificar com o tempo, mas que será limitado.

Qualquer alteração na sua rotina prejudica sua alimentação. Problemas no processamento sensorial: cheiros, cores, visual, texturas, pedaços grandes, temperatura… tudo pode interferir na vontade da criança em aceitar se alimentar. Comer é um ato que requer muitos sensores.

Para que a criança com TEA passe a comer melhor, precisaremos organizar o sistema sensorial (tátil, auditivo, vestibular, proprioceptivo, visual). Por isso é importante que o trabalho com a criança aconteça de forma interdisciplinar, com os profissionais de áreas relacionadas em avaliar e tratar o problema.

Habilidade e conforto para comer são pré-requisitos para a que criança amplie suas escolhas alimentares e tenha relação prazerosa com as refeições. É necessário realizar um trabalho integral com a criança, visando melhorar suas sensações de uma maneira geral, não apenas na boca.

Deveremos proporcionar experiências positivas, com emoções positivas, para que a criança esteja motivada a experimentar os alimentos, com características diferentes do que está habituada. Nunca é positivo forçar a criança a comer.

A refeição não é apenas ingerir alimentos, vai muito além disso. A introdução de alimentos novos deve ser pequena e simples, para que aceitem. Um exemplo é começar mudando a marca ou formato de um alimento que a criança gosta. A criança deverá estabelecer uma relação boa com os alimentos.

Para que uma criança com TEA passe a comer alimentos mais sólidos, o processo deverá ocorrer de forma lenta e gradual, no qual toda família estará envolvida.

Existem alguns comportamentos que podem auxiliar para aumentar autonomia das crianças à mesa e melhorar a qualidade da alimentação:

  • Comer sentado à mesa nos mesmos horários, sem distrações de músicas, TV ou brinquedos. O ideal seria, que todos da família pudessem realizar juntos as refeições
  • Os pais são o modelo para criança. Dar o exemplo de como utilizar os talheres, colocar pouca comida na boca e mastigar com a boca fechada
  • Um alimento novo deverá ser oferecido pelo menos 8 a 10 vezes para dizer que não gosta. Não levar em conta algumas caretas, pois são expressões das sensações. Não quer dizer que não gostou, pode ser apenas, que seja diferente
  • Oferecer o alimento novo na textura que a criança gosta, como purê ou chips, e modificar gradativamente
  • Quando a criança não gostar de um alimento, poderá utilizá-lo no preparo de algo que gosta. Exemplo: se a criança gosta de panqueca, deve-se cozinhar a massa com espinafre, colocar pouco espinafre no início e ir aumentando gradativamente
  • Os alimentos devem ficar separados no prato, sem misturar, deixar a criança explorar o alimento, cheirá-lo e tocá-lo
  • Não demonstre ansiedade e expectativa durante a refeição da criança. Faça com que as refeições sejam um momento tranquilo e agradável, sem pressionar a criança. Alguns dias serão melhores que outros, mas ansiedade não ajuda nunca.

Referências:

DRENT, L. V.; PINTO, E. A. L. C. Problemas de alimentação em crianças com doença do refluxo gastroesofágico. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, Barueri (SP), v. 19, n. 1, p. 59-66, jan.-abr. 2007.

Junqueira P, Maximino P , Ramos C C, Machado R H V, Assumpção I, Fisberg M O papel do fonoaudiólogo no diagnóstico e tratamento multiprofissional da criança com dificuldade alimentar: Uma nova visão Rev. CEFAC. 2015 Maio-Jun; 17(3):1004-1011

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