HOME CARE PEDIÁTRICO:
UM DESAFIO PARA A PRÁTICA DA PSICOLOGIA HOSPITALAR

 

UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA HOSPITALAR

 

Vanessa Travassos Ribeiro dos Santos

 

HOME CARE PEDIÁTRICO:
UM DESAFIO PARA A PRÁTICA DA PSICOLOGIA HOSPITALAR

 

Rio de Janeiro – RJ
2013

 

Monografia submetida em forma de Artigo ao Curso de Psicologia Hospitalar, da Universidade Veiga de Almeida, como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Psicologia Hospitalar.

 

Orientador (a): Prof.ª. Márcia Regina Lima Costa

 

 

E, definitivamente, não se constituem nossos filhos
em nosso único acesso à imortalidade?
(Sigmund Freud)

 

 

RESUMO

 

 

Home Care Pediátrico é uma modalidade de cuidados à saúde infantil, que consiste emencaminhamento de uma criança clinicamente estável para o tratamento domiciliar, comequipe multidisciplinar, quando já não se fazem mais necessários os inúmeros serviços oferecidos pelos hospitais. Este estudo teve como objetivo conceituar e refletir aassistência domiciliar em pediatria e suas indicações; Destacar a figura do psicólogo descrevendo as vicissitudes da operacionalização dos cuidados em domicílio para crianças, analisar, sob a perspectiva psicanalítica, as implicações que esta modalidade assistencial provoca nos atores envolvidos, principalmente a família e a equipe. Após a contextualização e identificação da dinâmica do atendimento domiciliar pediátrico, indicamos uma multiplicidade de oportunidades de atuação para profissionais de Psicologia, bem como os diversos membros de uma equipe de cuidados. Isso indica que, essa nova e crescente área, deve permanecer em constante exploração, circunscrevendo-se em um campo ilimitado, necessitando a realização de permanentes e pluralizados estudos.

 

Palavra-chave:Home care, Atendimento domiciliar, Pediatria, Assistência a saúde, Cuidados com crianças.

 

 

ABSTRACT

 

 

Pediatric Home Care is a form of child health care, which consists of forwarding a child
clinically stable for home care, with multidisciplinary team when no longer needed most
the numerous services offered by hospitals. This study aimed to conceptualize and reflect home care in pediatrics and their indications; highlight the figure of the Psychologist describing the vicissitudes of operationalization of care at home for children; analyze, from a psychoanalytic perspective, the implications of this type of care causes the actors involved.
After contextualizing and identifying all the dynamics of pediatric home care, we find amultitude of opportunities for action, not only with psychology professional, as well asseveral members of the care team. This indicates that this new and growing area mustremain in constant operation, confining itself in a limitless field, requiring the completion of ongoing studies and pluralized.

 

Keyword:Home care, Pediatrics, Home Nursing, Delivery of Health Care, Childcare.

 

 

INTRODUÇÃO Ao ser contratada para atuar como psicóloga de um home care pediátrico desconhecia a dimensão e a complexidade do trabalho a ser realizado. Cerca de cinquenta leitos em diversos municípios, do Rio de Janeiro, me esperavam para um atendimento. Após trinta dias nessa atividade, em um encontro com cada residência, cada patologia, cada dinâmica familiar, deparei-me com crianças com múltiplos diagnósticos e tratamentos, que pareciam afetar de forma direta ou indireta suas relações, principalmente as que tangenciavam seus laços familiares independentemente do nível social e/ou econômico.
Diante desses encontros inquietei-me com a questão de que, embora em suas residências, crianças e familiares também se encontravam em internação domiciliar. Buscamos, pelo viés da Psicanálise, um olhar para esse espaço do home care pediátrico, e de como isso pode contribuir na relação da equipe multiprofissional e ser um facilitador para os atores envolvidos.
Iniciamos com uma revisão de literatura realizada por meio de pesquisa nas bases de dados Lilacs e Scielo, utilizamos como termos: cuidados domiciliares em pediatria, assistência domiciliar em pediatria, home care pediátrico. Encontramos um número exíguo de referências bibliográficas, o que parece demonstrar um vasto campo a ser explorado, um tema novo na área da saúde.
Minayo (1993) indica que “o conhecimento científico é sempre uma busca de articulação entre uma teoria e a realidade empírica; o método é o fio condutor para se formular esta articulação” (p.240). De acordo com a autora, um bom método será sempre aquele que permitindo uma construção correta de dados nos ajuda a refletir sobre a dinâmica da teoria. Portanto, além de apropriado ao objeto de investigação o método escolhido tem que ser operacionalmente realizável, factível e integrado ao projeto.
Um estudo de natureza qualitativa se baseia na premissa de que a compreensão da experiência humana como é vivida pelos indivíduos só é possível através das vozes e interpretações daqueles que a vivenciam, acessadas por meio de interações subjetivas. Portanto concluímos como a pesquisa empírica com abordagem qualitativa de caráter descritivo exploratório, sob o referencial psicanalítico, como o melhor método científico para ser utilizado nesta pesquisa.
A internação domiciliar criou um novo horizonte de atuação para o psicólogo: o atendimento em domicílio. Um olhar sobre o paciente, sobre a angústia do cuidador e de seus familiares, e a forma como a equipe assistencial de saúde maneja essas situações de sofrimento. O psicólogo pode ser um membro ativo dessa equipe de cuidados e, nessa função, atuar para beneficiar o paciente e/ou seu cuidador.
Ao apresentarmos as especificidades de um trabalho em home care, exclusivo em pediatria, temos como objetivos específicos promover uma compreensão do sistema de internação domiciliar e os aspectos inerentes a esse processo como a avaliação dinâmica de como a criança está inserida na dinâmica familiar, os impactos que essa internação causa nos atores envolvidos e, por fim, a instrumentalização do psicólogo para o atendimento psicológico domiciliar em pediatria.

 

 

CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS

 

A Psicologia, um campo de saber, ainda em processo de construção dentro do âmbito do atendimento domiciliar, vem nos destacar a importância da escuta terapêutica tanto com os pacientes e com a equipe multiprofissional quanto e principalmente com familiares-cuidadores, esses particularmente vivenciam um corte em sua rotina e dinâmica de vida, nesse novo tipo arranjo no ambiente. A visão psicológica deve ser diferenciada, integral, pretendendo-se com isso facilitar o modo como essa estrutura pode e deve ser pensada e compreendida. O trabalho psicológico pode ser também focado na equipe assistencial, para que a mesma entenda a terapêutica como contínua, efetiva e coerente com as necessidades de cada paciente e familiares.
Utilizando uma escuta diferenciada e trazendo com Freud, luz para algumas questões, observamos o sofrimento psíquico para além do sofrimento orgânico quando ele nos diz que:
Uma pessoa atormentada por dor e mal-estar orgânico deixa de se interessar pelas coisas do mundo externo, na medida em que não dizem respeito a seu sofrimento. Uma observação mais detida igualmente nos ensina que ela também retira o interesse libidinal de seus objetos amorosos: enquanto sofre, deixa de amar. (Freud, 1914, vol.XIV, p. 98, 1996.)

Considerar como essa criança se vê mediante sua doença, e como esses pais, na maioria das vezes são os cuidadores, encarar essa função de tentar promover uma melhor qualidade de vida a seu filho, também faz parte dessa demanda. O atendimento em um home care pediátrico pode ser tomado como único e singular. Tal intervenção aponta para uma complexidade e se faz pertinente pensarmos quais as possíveis repercussões e a forma como cada um daria um tratamento ao que poderíamos chamar de mal-estar, como definido com o aporte de Freud (1996[1930]):

 

O sofrimento nos ameaça a partir de três direções: de nosso próprio corpo, condenado à decadência e à dissolução, e que nem mesmo pode dispensar o sofrimento e a ansiedade como sinais de advertência; do mundo externo, que podem voltar-se contra nós com forças de destruição esmagadoras e impiedosas; e, finalmente, de nossos relacionamentos com os outros homens. O sofrimento que provém dessa última fonte talvez nos seja mais penoso do que qualquer outro (p.85).

 

Diante disso, temos os pais, cujo filho vivencia um adoecimento que lhe infringe impossibilidades e restrições e a equipe de cuidados que sai de seu ‘lugar de conforto’ – o hospital. Ser capaz de escutar as saídas possíveis desses sujeitos reposicionados pode vir a se tornar um facilitador para o processo de elaboração do confronto com esse novo percurso, de todo os atores envolvidos nesse processo. Essa parece ser uma proposta, uma aposta para a atuação da Psicologia.
Dentro do processo de entendimento desses copiosos atendimentos, Nigro (2004), apesar de relatar sua experiência hospitalar, descreve que a importância do atendimento psicológico está não na forma do trabalho, mas como a prática terapêutica pode suavizar a vivência de uma internação, situação que também pode ser compartilhada no atendimento domiciliar:

 

Não é meu objetivo no hospital fazer psicanálise nos moldes tradicionais, mas oferecer um atendimento em que o paciente se sinta escutado, em que ele perceba que existe ‘contenção’ para o seu sofrimento e espaço para fantasiar, para chorar e expressar medos e angústias. Supõe-se que o paciente que aceita ser atendido pelo psicólogo espera alguma ajuda dele, seja compreensão, orientação, companhia ou até alguma interpretação, se for o caso. (p. 27)

 

O que a autora acima nos propõe e leva a pensar nesse peculiar trabalho e como fazer uso da psicanálise, pensar psicanálise com tantas variantes como pacientes, lugares e patologias? Todos os detalhes clínicos, fisio-funcionais, ambientais, familiares, são de extrema relevância e, direta ou indiretamente, acabam por interferir na saúde e na qualidade das respostas terapêuticas apresentadas tanto pelas crianças quanto pelos cuidadores e familiares. O profissional está a todo o tempo se deparando com situações inesperadas em um ambiente no qual lhe é, de certo modo, estranho. Assim contextualizar esse novo espaço, de forma breve, se faz necessário.

 

 

O HOMECAREO HOMECARE

 

surgimento do homecare e sua contextualização O termo homecare é de origem inglesa uma expressão que designa cuidados no lar. A assistência domiciliar consiste na provisão de serviços de atenção à saúde a pessoas doentes, incapacitadas ou crônicas de qualquer idade, em seu domicílio, ou em qualquer ambiente institucional, que independente do hospita

l, promove tratamento efetivo.  A assistência no hospital contribui para otimizar o leito do hospital, reduz os riscos de infecção hospitalar, os custos da internação, e possibilita condições para reintegração do paciente ao seu núcleo familiar, com o intuito de propiciar uma melhora na qualidade de vida do paciente (Albuquerque, 2003).A Organização Mundial de Saúde (OMS) define Homecare como “provisão de serviços de saúde por cuidador formal ou informal no ambiente domiciliar” (OMS, 2004). Já a Comissão Conjunta de Acreditação de Serviços de Saúde dos Estados Unidos (The Join Commisionon Accreditation os Health Care Organization) traz a seguinte definição:Serviço de Home Health são aqueles providos por profissionais de saúde, por visita ou por hora base, aos pacientes que tem ou estão com risco de uma injúria, uma doença ou uma condição de fragilidade ou que são doentes terminais e requerem intervenções curtas ou longas por profissionais de saúde. (Mendes, 2001, p.42)

 

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2006), no conceito de assistência domiciliar ou homecare, há duas subdivisões do tratamento. A internação domiciliar, onde se faz necessários equipamentos hospitalares (ex: bomba infusora, suporte ventilatório) e a presença ininterrupta de um profissional de enfermagem (seja técnico ou graduado), para operar os mesmos, além de uma equipe multiprofissional que acompanhará a evolução do paciente. Já no atendimento domiciliar, o paciente recebe visitas regulares dos diversos profissionais de saúde, mas não há necessidade do aparato hospitalar nem do acompanhamento 24 horas por dia.  Segundo Floriani (2010), o universo do atendimento domiciliar postula inúmeras incumbências e responsabilidades, tais como:Inclui os cuidados íntimos, cuidados com a medicação, realização de curativos de feridas, cuidados com escaras e ostomias e o uso de tecnologia hospitalar no domicílio; nutrição enteral/parenteral; diálise; transfusão de hemoderivados; quimioterapia; antibioticoterapia e suporte respiratório.
O Ministério da Saúde (2012) indica que a assistência domiciliar tem a condição clínica ou enfermidade do paciente como parte de um plano de tratamento global e integrado, e tem como finalidade a ação preventiva, curativa ou reabilitadora. A singularidade desse serviço se fundamenta no método de operação. A metodologia integrada envolve todos os fatores que contribuem para a saúde física, social e psicológica do paciente. Através de uma equipe multidisciplinar, o home care atua com questionamento, avaliação, planejamento, implementação, acompanhamento e finalização do trabalho, sendo entendida por alta ou óbito do paciente.

 

 

BREVE HISTÓRICOBREVE HISTÓRICO

 

Desde os primórdios de nossa civilização, temos notícias de que a assistência à saúde podia acontecer no domicílio. No antigo Egito e na Grécia Antiga, pessoas que obtinham conhecimentos médicos ou de curas, tanto recebiam seus doentes nos templos, quanto faziam visitas domiciliares. Em ‘Assistência Domiciliar à Saúde’, Amaral at al.,nos informam que o médico grego Klépios, atendia seus pacientes em casa enquanto “seus seguidores atendiam em templos […]” (p.112). Samuel Hahnemann, fundador da Homeopatia (Sarton, 1998) acreditava que “o médico é o homem que vai atrás dos enfermos, sem descanso, os busca, luta desesperadamente contra a enfermidade, se instala na cabeceira do enfermo, de todos os enfermos, do maior número deles (p.15)”. Em 1947, o Hospital Montefiore, no Brounx, introduziu a noção de assistência domiciliar como extensão do hospital, o que eles chamaram de “the hospital based home care” (assistência domiciliar baseada no hospital). Nesse modelo de atendimento os pacientes que teriam uma estada hospitalar prolongada, começaram a ser tratados em casa. Posteriormente o governo dos Estados Unidos criou o Medicare e Medicaid, programas oficiais que incluíam uma adesão voluntária à prática de assistência domiciliar, inicialmente disponível para idosos e mais tarde estendido para os mais jovens. (Mendes, 2001) Duarte e Diogo (2006) afirmam que o desenvolvimento da assistência domiciliar surge como uma resposta a diversas solicitações tais como a individualização das ações prestadas, a consequente diminuição das iatrogenias, a possibilidade de o cliente/família manterem maior controle sobre o processo de tomada de decisões relacionadas ao cuidado e a diminuição de custos.  Atualmente no sistema norte-americano, existem cerca de 20.000 empresas de Home Health Care. Na Europa e em grande parte dos outros países também existem sistemas organizados de assistência domiciliar, destacando-se o programa francês (Tavolari, Mendes e Medina 2000).

 

 

O Desenvolvimento do home care no Brasil

 

Há muitos conflitos no que diz respeito ao surgimento da assistência domiciliar no Brasil. Tavolari, Fernandes e Medina (2000) nos indicam que o primeiro grupo organizado voltado para assistência domiciliar iniciou-se há pouco mais de trinta anos, no Hospital Público Estadual de São Paulo, tendo como objetivo reduzir o número de leitos ocupados. Já segundo Mendes (2001), não há registros oficiais do início do serviço de home care no Brasil. Para o referido autor, o desenvolvimento, na área privada, do atendimento domiciliar no Brasil, ocorreu sem o suporte de um padrão de licenciamento que orientasse o crescimento dessa modalidade de uma forma uniforme e eficaz.   A definição desse tipo de serviço sofreu várias interpretações e por isso havia poucos profissionais com experiência no Brasil, e os estrangeiros sofriam com a falta de compreensão da cultura e da realidade socioeconômica brasileira. Porém, a realidade vem se transformando, e em 26 de janeiro de 2006, a ANVISA lançou a RDC – Resolução da Diretoria Colegiada, nº 11, que forneceu as primeiras diretivas para a prática da modalidade no Brasil. Hoje em dia, já existem muitos talentos nacionais e associações que estão se empenhando no desenvolvimento de uma modalidade que promete se impor no futuro no sistema de saúde.  Segundo Duarte e Diogo (2000), alguns fatores podem ser destacados como motivadores do desenvolvimento do atendimento de saúde domiciliar privado no Brasil, tais como: o aumento da expectativa de vida da população; o aumento da necessidade de cuidados médicos em doenças crônicas; o aumento da tecnologia diagnóstica e de tratamento; o aumento do interesse por cuidados personalizados; as dificuldades de atuação das instituições hospitalares públicas; o desenvolvimento dos equipamentos tecnológicos; os benefícios do acompanhamento hospitalar assistido, que mantém o paciente integrado à família, fator importante para sua recuperação.  Amaral at al. (p.113) nos demonstra os diversos benefícios sociais e econômicos que a assistência domiciliar proporciona, tais como a humanização no atendimento e a maior rapidez na recuperação do paciente. A diminuição no risco de infecção hospitalar é um fator preponderante visto que atenua a possibilidade do paciente ser mantido por longos períodos no hospital otimizando assim, leitos hospitalares para pacientes que deles necessitem o que acarreta na redução do custo/dia da internação; a tranquilidade do paciente por estar perto de seus familiares também é considerada um enorme benefício, além de demonstrar um olhar mais humanizado ao enfermo; ainda a prevenção e minimização de eventuais sequelas e a visível redução de internações por recidivas.

 

 

Entendendo o paciente em homecare

 

Com base na RDC.-11 entendemos que paciente em home care é aquele se encontra estável o suficiente para ser tratado em sua residência, no intuito de beneficiar o binômio paciente-família diminuindo sua permanência hospitalar, minimizando os riscos e efeitos decorrentes dessas internações. Verificado também em meus atendimentos, os pacientes e suas famílias assistidos pelo atendimento domiciliar apresentam peculiaridades próprias que devem ser avaliadas, destacadas e respeitadas por toda equipe multiprofissional que a assiste. Segundo Floriani (2010), o universo do atendimento domiciliar postula inúmeras incumbências e responsabilidades, tais como:Inclui os cuidados íntimos, cuidados com a medicação, realização de curativos de feridas, cuidados com escaras e ostomias e o uso de tecnologia hospitalar no domicílio; nutrição enteral/parenteral; diálise; transfusão de hemoderivados; quimioterapia; antibioticoterapia e suporte respiratório. (p.17)Existem critérios de elegibilidade para avaliação dos pacientes que pleiteiam um home care. Baseada na Tabela de Avaliação para Internação Domiciliar do Núcleo Nacional das Empresas de Assistência Domiciliar (NEAD), que nada mais é do que um sistema de classificação de pacientes em assistência, aonde dependendo da pontuação apresentada, é ou não recomendado o home care para o paciente, cada paciente é avaliado pela equipe multidisciplinar, inserido nos requisitos da tabela e pontuado para definição ou não do tipo de programa de home care a ser inserido. A Internação Domiciliar deve ser indicada pelo profissional de saúde que acompanha o paciente, que encaminhando relatório detalhado sobre as condições de saúde e doença do paciente contendo histórico, prescrições, exames e intercorrências para a equipe multidisciplinar do home care permite que a mesma inicie o processo de avaliação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A CRIANÇA INTERNADA E A FAMÍLIA

Costa (2009), a partir de Zornig, nos indica que com o advento da Psicanálise, a sociedade assumiu uma postura de puericultura, trazendo para o seu centro inúmeras discussões sobre a criança. Diz-nos ainda que quando estudada etimologicamente, a palavra criança “se relaciona com a criação, aquilo que é passível de ser manipulado.” (p.70).
As famílias amparadas por um atendimento domiciliar tendem a apresentar um alto grau de complexidade, devendo ser entendidas por todos os prismas e contextos. Como a transformação na organização e na dinâmica da família impacta e desestabiliza essa estrutura caseira, e em alguns casos corrói essa organização doméstica, há uma repercussão direta ou indireta na homeostase do paciente. Conforme nos afirma Tavares e Takeda, “O paciente nunca fica doente sozinho, mas toda sua família adoece junto.” (p.31) O home care aprisiona física e psiquicamente todos aqueles que de alguma forma tem participação ativa nesse processo.
Carvalho (2005) destaca a importância de um duplo olhar, tanto em para o infante, quanto para seu cuidador para amenização desse aprisionamento:

Quando estamos diante de um ser humano, como cuidadores de sua dor, temos dois elementos de vida que expõem dois seres: o que sofre e o que acolhe o sofredor. O ente que sofre a dor e o ente que tenta dar alívio e sentido à dor por meio do gesto terapêutico a fim de torná-la suportável. (p.38)

De início, vale contextualizar que o conceito de família é polissêmico, com várias acepções. No sentido mais restrito, ele se refere ao núcleo familiar básico. No mais amplo, ao grupo de indivíduos vinculados entre si por laços consangüíneos, consensuais ou jurídicos, que constituem complexas redes de parentesco atualizadas de forma episódica por meio de intercâmbios, cooperação e solidariedade, com limites que variam de cultura, de uma região e classe social a outra (Salles, 1999). Segundo Roudinesco (2003), a família é um fenômeno universal, que supõe uma aliança de um lado (o casamento), e uma filiação de outro (os filhos). Famílias são parte integrante da intervenção em saúde em todas as fases da doença e do tratamento, em todos os contextos de assistência, independentemente do grupo etário do paciente (Duarte e Diogo, 2006, p.27)
A representação familiar pode ser distinta em cada sociedade, tempo, cultura, como também variar a partir do número e características de seus componentes (sexo, idade, instrução e nível de qualificação) e da posição de cada um no grupo doméstico (chefe, cônjuge ou filhos), à qual estão associados papéis definidos socialmente. Para Levi-Strauss (1956 apud Roudinesco, 2003),
a vida familiar apresenta-se em todas as sociedades humanas, mesmo naquelas cujos hábitos sexuais e educativos são muito distantes dos nossos. Depois de terem afirmado, durante aproximadamente cinquenta anos, que a família, tal como a conhecem as sociedades modernas, não podia ser senão um desenvolvimento recente, resultado de longa e lenta evolução, os antropólogos inclinam-se agora, para a convicção oposta, isto é, que a família, ao repousar sobre a união mais ou menos duradoura e socialmente aprovada de um homem, de uma mulher, e de seus filhos, é um fenômeno universal, presente em todos os tipos de sociedade (p.9).

A partir disso, nos perguntamos como se dariam tais vivências nas situações limítrofes, geradoras de sofrimento frente ao desconhecido ou a um prognóstico complicado. Como ficam esses pais diante do que podemos considerar uma devastação? São paralisados diante do impacto desse diagnóstico ou conseguem se reorganizar? Em As Dimensões do Cuidar em Psiconlogia Pediátrica, Perina e Nucci nos dizem que:

Quando um filho adoece, chama-nos atenção o desencadeamento de severos transtornos familiares. A necessária presença dos pais junto a seu filho, acompanhando o processo terapêutico no ambiente hospitalar, quase sempre conflita com a realidade das questões extra-hospitalar, como a que exige sua presença também em seu domicílio, junto a outros filhos, no trabalho, no convívio com outros membros da família, participação em compromissos sociais, profissionais….Os hábitos familiares assim como as relações interpessoais são modificados e lançados no caos no momento em que um integrante adoece, especialmente quando a doença tem o estigma da terminalidade. (Perina e Nucci, , p.34)

Diante desta ruptura, Quinet (1999) nos diz que o sujeito triste tem medo de saber de seu desejo, o que pode levá-lo muitas vezes ao ponto de não querer desejar. Oferecendo um tratamento “pela via do desejo, a Psicanálise pode tornar possível ao sujeito o caminho que parte da dor de existir e segue em direção à alegria de viver” (p.90). O descrito pelo autor acima vai ao encontro das idéias de Pacheco e Sadala (2009), que afirmam que a contribuição da psicanálise às práticas das ciências da saúde se localiza em apontar que os sujeitos são capazes de construir um saber acerca de seu mal-estar, e dessa forma, parece ser possível ter um novo olhar para o sujeito que fala ao profissional de saúde.

 

 UM OLHAR A PARTIR DA PSICANÁLISE

Realizar um estudo que circunda uma internação domiciliar nos remete a pensar na complexidade de avaliar e tratar toda a dinâmica que envolve o sujeito internado, seu cuidador oficial, o profissional ou o familiar, e os outros membros da família. É sabido que o home care pode trazer uma série de ganhos para os pacientes e familiares, mas também, uma série de intercorrências, como uma gama de profissionais de saúde que podem ser vistos como invasores da privacidade, podendo provocar uma desestruturação no movimento familiar além da doença. Partindo da teoria psicanalítica, a escuta clínica dos pacientes passa a ter um sentido diferente, alicerçada em algumas reflexões a respeito do tema do Narcisismo, e em como a imagem da criança ideal é desconstruída quando a gravidade da patologia ou acidente leva a criança a um home care.  Foi em 1914, com esse texto sobre o narcisismo que Freud nos apresentou sua formulação sobre ‘Sua majestade, o bebê’. Nesta a criança é tomada, para os pais, como a realização de todos os seus sonhos uma projeção para o futuro, do ideário da perfeição, que produz como resultado “heróis ou princesas” concretizam expectativas que não puderam ser alcançadas por seus pais.
A criança terá mais divertimentos que seus pais; ela não ficará sujeita às necessidades que eles reconheceram como supremas na vida. A doença, a morte, a renúncia ao prazer, restrições à sua vontade própria não a atingirão; as leis da natureza e da sociedade serão ab-rogadas em seu favor; ela será mais uma vez realmente o centro e o âmago da criação-‘Sua Majestade o bebê’(p.98).
Mas como escutar o narcisismo diante de situações limítrofes, o sofrimento frente ao desconhecido ou a um prognóstico complicado?  Levin (2001) indica que “Uma criança “pertence a seus pais”, […] um jovem, não. O jovem é filho, mas perdeu sua condição de ser indefeso, de criança; eis aí, em parte, a sua problemática. Os pais terão de suportar a perda e realizar o pesar pela criança perdida, para recuperá-la como jovem e filho“ (p.20).  Se utilizarmos essa indicação, podemos pensar em um paralelo e substituir a idéia do filho jovem e pensarmos quando esta perda se dá não pela passagem da infância para a adolescência, mas para um sujeito sem mais as pretéritas perspectivas? E se esse sujeito deixa de ser criança, mas não deixa de ser indefeso?  Costa (2012) também se questionou sobre tal questão e formulou-a da seguinte forma:
No decorrer de nossa intervenção, nos deparamos com a seguinte questão: como a criança pode fazer frente ao inesperado que remete seus pais às angústias infantis e, por isso, sem possibilidades de oferecer-lhe o suporte necessário para que ela possa lidar com essa irrupção do real que a invade e coloca por terra suas certezas? (p. 60)
Em nossa prática nos deparamos com a exigência de um redirecionamento do investimento, imposta pelo adoecimento ou acidente que rompe com esses ‘devaneios’ de virtudes em relação à criança.  Isso não se dá sem sofrimento e, ter esse olhar cuidadoso por parte do profissional que atua no atendimento domiciliar, pode se tornar um facilitador do trabalho terapêutico. 

 

 A EQUIPE E SEUS CUIDADOS

 A equipe multiprofissional refere-se a profissionais como médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas, técnicos de enfermagem e terapeutas ocupacionais cujo objetivo é garantir a qualidade de vida, o conforto e a segurança para o paciente e sua família. O trabalho em equipe, no atendimento domiciliar permite uma série de vantagens ao tratamento, bem como a divisão de responsabilidades e decisões e um trabalho intimamente correlacionado entre estes profissionais. Tendo uma dinâmica singular nesses atendimentos, nos destaca Laham, (2004):As várias pessoas que compõem a equipe podem ir juntas ou não às casas dos pacientes. Quando várias delas chegam ao domicílio, deve haver respeito de cada profissional pelo atendimento do outro, estando atentos ainda, a gama de informações que são passadas ao paciente e ao cuidador para que elas não sejam excedentes e que os interessados as compreendam. (pp. 0-0)
A forma como a equipe se coloca e é recebida em cada residência, é fundamental para a adesão ao tratamento pelo paciente, pela família, principalmente seu cuidador, e traz experiências significativas e determinantes para essa atividade recomendada e incentivada na dinâmica do home care.  Ainda segundo Laham (2004), 
O atendimento em conjunto é uma ótima oportunidade para que haja um grande aprendizado dos profissionais sobre as áreas de saber diferentes das suas. As decisões quanto às intervenções terapêuticas, muitas vezes, são tomadas em conjunto, assim como os profissionais podem dividir também os momentos de sofrimento diante de insucessos nos tratamentos ou da morte dos pacientes. (pp. 0-0)
Em A arte de cuidar da criança e do adolescente com câncer, Carvalho (2005) nos diz que o relacionamento da equipe com o paciente tem que ser pautado na solicitude e no respeito no cuidado.

 

 

PAPEL DO PSICÓLOGO NO HOMECARE PEDIÁTRICO

Entendemos que a práxis da Psicologia pode ser um dispositivo transformador para o inédito e diferente setting. O desafio para a prática da Psicologia é justamente se inserir nesse original contexto sem se perder no novo formato, trazendo a clínica para esse espaço, com uma abordagem filosófica, sociológica, psicanalítica, e por que não, humana, como eixos de sustentação.
O psicólogo pode ser solicitado a qualquer momento dentro de um atendimento domiciliar. Desde o início, quando se dá a internação de fato, quanto no desenrolar de sua rotina, ou mesmo em seu “final”, sendo este a alta ou o óbito. A demanda pode advir da equipe de cuidados, que muitas vezes pode entrar em desconforto com a família, ou da própria família e do paciente que também angustiados em uma internação dentro da própria residência, podem demonstrar dificuldades de adaptação e convivência.
Como nos pontua Gavião e Palaveri,
O processo de doença desencadeia, em geral, ansiedades, conflitos e fantasias, que vão contagiando todos os envolvidos. Inseguranças podem gerar dúvidas quanto ao atendimento prestado pela equipe, o conforto trazido pela assistência em casa pode se tornar um incômodo, sendo o suporte psicológico extremamente necessário para evitar que essas dificuldades comprometam o tratamento. (p.137)

 

Nossa atuação se vê diante de um constante reinventar não recuando diante de novos desafios que podem ser tomados como possibilidades. E assim pode vir a ser a atuação do psicólogo no home care, ter essa escuta psicanalítica com todas essas modificações contemporâneas na forma de assistir o doente. Assim nos disse Freud (1918):
Defrontar-nos-emos, então, com a tarefa de adaptar a nossa técnica às novas condições. […] Qualquer que seja a forma que essa psicoterapia para o povo possa assumir, quaisquer que sejam os elementos dos quais se componha, os seus ingredientes mais efetivos e mais importantes continuarão a ser, certamente, aqueles tomados à psicanálise estrita e não tendenciosa. (p.180-81)

Talvez estejamos vivendo, na contemporaneidade seguindo a indicação do Pai da Psicanálise e distante de nos contentarmos com uma postura de saber total. Podemos dizer que extraímos de um novo paradigma, uma possibilidade de não recuarmos, ou não nos mantermos em um ponto de conforto ou de saber total. O discurso analítico nos impulsiona a buscarmos novos espaços e saídas, dessa forma pensamos que sustentados pelo discurso analítico, encontramos em cada casa, cada família, cada criança a possibilidade de nos deixarmos surpreender e inventarmos, junto com a equipe, um saber-fazer nessa contingência.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao concluir este artigo, cabe destacar que a atuação da Psicologia aliada à prática psicanalítica contribui e corrobora com o funcionamento das relações no trinômio paciente-família-equipe em um home care pediátrico.
Não se pretendendo exaurir a discussão do tema, ao contrário, ressaltando a relevância do constante aprimoramento e pesquisa dos especialistas da área, pautados na ética profissional, evidenciamos a certeza de um trabalho multidisciplinar pretendendo sempre um olhar humanizador e minimizador do sofrimento do outro.
A constante busca de atualizações e qualificações trarão grandes e inovadoras contribuições para esse campo de trabalho, principalmente com essa equipe focada na qualidade da resposta terapêutica perseguindo sempre o equilíbrio, a homeostase, a estabilidade física e psíquica de todos os que circundam um home care.

 

REFERÊNCIAS

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AMARAL, N.N., Cunha, M.C.B., Labronici, R. H. D. D., Gabbai, A.A. Assistência Domiciliar à Saúde (Home Health Care): sua História e sua Relevância para o Sistema de Saúde Atual. Rev. Neurociênciasnº9 (vol.3): 111-117, 2001.

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