A IMPORTÂNCIA DE UM OLHAR HUMANIZADO E A ATENÇÃO AOS DETALHES: O DITO PELO NÃO DITO
SANTOS, V. T. R.;
UVA
Introdução: Este estudo discute a importância do olhar humanizado pela vertente do detalhe. Quando nos predispomos a cuidar do outro devemos ampliar nosso olhar sem menosprezarmos as particularidades e miudezas de cada paciente. F.M, sexo feminino, 22 anos, traqueostomizada e dependente de ventilação mecânica contínua, portadora de paralisia de membros inferiores e semiparalisia de membros superiores, com diagnóstico de Distrofia Muscular Progressiva, mantém preservado somente o movimento do dedo indicador da mão esquerda. Desenvolvimento cognitivo mantido, lê e conversa normalmente, além de ser muito ativa nas redes sociais. Psicóloga hospitalar que a atende em home care, passa a acompanha-la, para além dos atendimentos presenciais, isto é, passa a acompanhar sua comunicação pelas redes sociais, e descobre falas de muita dor sobre sua condição clínica. Ao tomar ciência do quadro, psicóloga leva ao conhecimento da equipe, que por sua vez, passa a encorajar a paciente e promover maiores demonstrações de afeto, ajudando-a a transpor as barreiras da angústia.
Objetivos: Demonstrar a importância do olhar humanizado, da escuta apurada, da atenção aos detalhes, e do trabalho em equipe.
Metodologia: Estudo de Caso com abordagem qualitativa de natureza empírica.
Resultado: A paciente ao entender que foi percebida e ‘lida’ pela equipe que a assistia, permitiu-se abrir-se mais a equipe e dizer de sua condição. Discussão de Resultados: Ao apurar seu olhar e captar mediante a uma nova ferramenta a subjetividade de sua paciente, a psicóloga foi capaz de expandir sua atuação, e enxergar para além do que se manifestava à sua frente. Ao perceber a angustia da mesma, e buscar o dito (rede sociais) pelo não dito (presencial), a profissional demonstra investigar para além da fala da paciente, que apesar de denunciar sua tristeza, não dava densidade a sua dor. A paciente ao sentir-se acolhida e amparada por toda equipe desvela novas possibilidades de ressignificações e demonstra melhora progressiva.
Conclusão: A psicóloga com sua sensibilidade conseguiu sintonizar-se com o sofrimento da paciente e com um olhar a mais captou o dito após o não dito. Em um atividade interdisciplinar, e buscando cada vez mais humanizar a internação domiciliar, foi possível iniciar um trabalho de fortalecimento psíquico e reestruturação egoica da paciente.
Palavras Chave: humanização, trabalho em equipe, atendimento domiciliar, internação domiciliar.